1° ANO
Atividade
(2° semana de maio)
FILOSOFIA
SOCIOLOGIA
PROJETO DE VIDA
FILOSOFIA
Filosofia e outras formas de conhecimento
Mito e logos
Eloi Corrêa dos
Santos, Osvaldo Cardoso
SEED/vários
autores, Filosofia, Curitiba: SEED-PR,
2006. p. 22-24
“Como
as pesquisas atuais entendem o mito? Conforme Vernant (2001) parece que os
estudiosos do mito não conseguem definir seu objeto de estudo e o veem
desvanecer-se:
(...) o tempo de reflexão – esse olhar lançado para
trás sobre o caminho percorrido – não marcaria, para o mitólogo, o momento em
que, acreditando como Orfeu ter tirado sua Eurídice das trevas, impaciente de
contemplá-la na claridade da luz, ele se volta para vê-la desvanecer e
desaparecer para sempre a seus olhos? (VERNANT, 2001, p. 289)
Os
mitólogos questionam a própria existência dos mitos, percebendo que, no mundo
grego, “(...)eles existiram não pelo que eram em si, e sim como relação àquilo
que, por uma razão ou outra, os excluíam e os negavam(...)”. (VERNANT, 2001, p.
289) Em outras palavras, o mito existe do ponto de vista de uma razão que
pretende separar-se da narrativa oral e da religião. À medida que a razão
filosófica constitui-se como método lógico de argumentação e discurso
verdadeiro sobre o real, rejeita “(...) o ilusório, o absurdo e o falacioso.
Ele (o mito) é a sombra que toda forma de discurso verdadeiro projeta, por
contraste, na hora em que a verdade não aparece mais como mensurável (...)”
(VERNANT, 2001, p. 291) e perde-se nas brumas da narrativa. É, portanto, ao
discurso metódico que o mito deve a sua existência.
O
Mito Hoje
Na
modernidade, podemos pensar filosoficamente outros conceitos para o mito. Um
dos modos de entender o mito é pensá-lo como fantasmagoria, isto é, aquilo que
a sociedade imagina de si mesma a partir de uma aparência que acredita ser a
realidade. Por exemplo: é mítica a ideia de progresso, porque é uma ideia que
nos move e alimenta nossa ação, mas, na realidade não se concretiza. A
sociedade moderna não progride no sentido que tudo o que é novo é absorvido
para a manutenção e ampliação das estruturas do sistema capitalista. O
progresso apresenta-se como um mito porque alimenta o nosso imaginário.
Boaventura,
(2003), defende que todo conhecimento científico é socialmente construído, que
o rigor da ciência tem limites inultrapassáveis e que sua pretensa objetividade
não implica em neutralidade, daí resulta que acreditar que a ciência leva ao
progresso e que o progresso e a história são de alguma forma linear, pode ser
considerado como o mito moderno da cientificidade. Quando, ao procurarmos
analisar a situação presente nas ciências no seu conjunto, olhamos para o
passado, a primeira imagem é talvez a de que os progressos científicos dos
últimos 30 anos são de uma ordem espetacular que os séculos que nos precederam
não se aproximam em complexidade. Então juntamente com Rousseau (1712 - 1778)
perguntamos: o progresso das ciências e das artes contribuirão para purificar
ou para corromper os nossos costumes? Há uma relação entre ciência e virtude?
Há uma razão de peso para substituirmos o conhecimento vulgar pelo conhecimento
científico?”
“Desde sempre o iluminismo, no
sentido mais abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu o objetivo
de livrar os homens do medo e de fazer deles senhores. Mas completamente
iluminada, a terra resplandece sob o signo do infortúnio triunfal. O programa
do iluminismo era o de livrar o mundo do feitiço. Sua pretensão, a de dissolver
os mitos e anular a imaginação, por meio do saber. Bacon, “o pai da filosofia
experimental” (cofr. Voltaire), já havia coligido as suas idéias diretrizes.
(...) Apesar de alheio à matemática, Bacon, captou muito bem o espírito da
ciência que se seguiu a ele. O casamento feliz entre o entendimento humano e a
natureza das coisas, que ele tem em vista, é patriarcal: o entendimento, que
venceu a superstição, deve ter voz de comando sobre a natureza desenfeitiçada.
Na escravização da criatura ou na capacidade de oposição voluntária aos
senhores do mundo, o saber que é poder não conhece limites. Esse saber serve
aos empreendimentos de qualquer um, sem distinção de origem, assim como, na
fábrica e no campo de batalha, está a serviço de todos os fins da economia
burguesa. Os reis não dispõem sobre a técnica de maneira mais direta do que os
comerciantes: o saber é tão democrático quanto o sistema econômico juntamente
com o qual se desenvolve. A técnica é a essência desse saber. Seu objetivo não
são os conceitos ou imagens nem a felicidade da contemplação, mas o método, a
exploração do trabalho dos outros, o capital”. (ADORNO e HORKHEIMER, 1975, p.
97-98)
O
iluminismo partiu do pensamento de que a razão seria um instrumento capaz de
iluminar a realidade, libertando os homens das trevas da ignorância, da
ingenuidade da imaginação e do mito. O animismo, a magia e o fetichismo teriam
sido finalmente superados e o mundo estaria livre desses flagelos. O
entendimento e a razão assumiriam o comando sobre a natureza e
transformar-se-iam em senhores absolutos e imperativos.
No
entanto, o iluminismo não deu conta da tarefa que se propôs. Suas luzes não
iluminaram tanto quanto se pretendia e a libertação do mito, do dogma e da
magia medieval não teve o êxito afirmado por alguns autores. O iluminismo
pretendeu retirar o mito e a fantasia de seu altar, mas colocou a razão e a
técnica em seu lugar, logo, não derrubou o mito, apenas inverteu, dando à
ciência e à técnica o brilho da “verdade”, gestando, assim, o mito moderno da
racionalidade.
Para Nietzsche (1844 –
1900) o iluminismo não cumpriu o que se propôs a fazer. Não libertou os homens
de seus prejuízos, os mitos não foram abandonados, mas substituídos por novos e
mais elaborados heróis. O que pode ser tão escravizador quanto o dogma, isso
porque a técnica e o saber científico podem estar a serviço do capital. Além
disso, este saber técnico pode coisificar o homem e neste sentido os mitos
modernos apresentam-se camuflados. Por isso, a crença na razão de forma
absoluta gera um mito, o que caracterizaria um retrocesso no percurso do mito
ao logos que, de certo modo, não era
a intenção”.
ALGUMAS HISTÓRIAS DA MITOLOGIA GREGA
Na sequência, a Ilíada e a Odisseia, histórias contadas pelo poeta Homero na Grécia antiga e que sobreviveu até os dias de hoje como marcos fundamentais de uma cultura e de uma geração.
RESPONDA A ATIVIDADE
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SOCIOLOGIA
Contribuições para que possamos compreender um pouco mais o
lugar aonde vivemos!
SEED/vários
autores, Sociologia, Curitiba:
SEED-PR, 2006. p. 79-81
Veja, como já falamos, o
senso comum não deve ser rejeitado.
O que estamos propondo é
que você pode ir além desse conhecimento comum, neste caso, sobre a sociedade.
Uma outra coisa
que deve ser desmitificada é o termo cientista. Confirmamos o pensamento de
Rubem Alves quando diz que um cientista não é uma pessoa que pensa melhor do
que os outros. Rubem Alves nos fala que a tarefa de refletir e de entender os
porquês das coisas cabe a todos nós, e que a ideia de que não precisamos
pensar, porque existem pessoas “melhores” para isto, é furada.
Avançar um pouco mais em relação a
um conhecimento elaborado e investigativo vai lhe trazer um entendimento mais
claro sobre como funciona a sociedade, dentre outras coisas.
Além do fato de que você terá maior
autonomia para CONCORDAR OU DISCORDAR POR SI PRÓPRIO sobre as questões que você
vive na sociedade.
Essa é a independência que queremos
que você tenha: A DE REFLEXÃO.
E o
que é ser alienado?
Veja: se não
tivermos nossa independência de pensamento e ação, ou seja, se não conseguimos
refletir sobre aquilo que vemos e ouvimos, ou se concordamos com tudo o que
acontece, então podemos estar vivendo de forma alienada.
Segundo a filósofa brasileira
Marilena Chauí, a alienação acontece quando o homem não se vê como sujeito
(criador) da história e, nela, capaz de produzir obras.
Para o homem
alienado, e segundo esta mesma visão, a história e as obras produzidas nela são
fatos estranhos e externos. E, sendo estranhos, tal homem não os pode
controlar, ficando numa posição de dominado. Já o conhecimento pode nos fazer
transformadores da história, e não apenas espectadores dela.
Mais à frente retomaremos essa
discussão sobre a alienação e a existência de elites e o faremos com mais recursos
para a nossa reflexão.
ATIVIDADES
1 ANO A
1 ANO B
1 ANO C
PROJETO DE VIDA
Personagens no mundo
Aqui você aprenderá um pouco mais sobre
personagens que seguem como boas referências no mundo.
Dentre eles, um dos mais importantes é Nelson Mandela (1918-2013) nasceu e faleceu na
África do Sul. Líder do movimento contra o apartheid (política que segregava os negros no país), foi
condenado à prisão perpétua em 1964, mas libertado em 1990 depois de uma grande
pressão internacional. Em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua luta
contra o regime de segregação racial. No ano seguinte, foi eleito presidente da
República, governando até 1999. Em 2006, a Anistia Internacional lhe concedeu
um prêmio por sua luta a favor dos direitos humanos.
Mas é importante aprender o contexto em que pessoas como Nelson Mandela viveram. É fundamental que se endenta que ele é uma pessoa de referência mundial
não porque construíram uma vida melhor para si mesmo, muito menos porque apenas
superou dificuldades individuais. Ele viveu e lutou contra um sistema opressor
e segregacionista, além de ter sido severamente punido por este mesmo sistema
que combateu. Ser uma boa referência para o mundo não tem nada a ver com
acumular bens e usufruir deles enquanto milhares não tem o mínimo necessário
para viver. As verdadeiras boas referências que devemos cultivas são relativas
a luta política por igualdade de direitos e justiça para todos, e tal luta é
sempre coletiva.
ATIVIDADE
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